Argentina acaba com tabu de 24 anos sem avançar às semifinais
No Mané Garrincha, a Argentina não joga bem, mas mostra raça e determinação para fazer 1 x 0 na Bélgica. Di María, contundido, sai do Mundial
1 x 0 no Mané Garrincha foi o suficiente para encerrar um longo período de fracassos da albiceleste no principal torneio do futebol. Desta vez, não foi preciso contar com Lionel Messi, em sua partida mais apagada neste Mundial. O gol de Higuaín, logo no começo do jogo, e a atuação sólida de todo o setor defensivo foram suficientes para segurar, na base da raça, a classificação.
Contra uma Bélgica medrosa e pouco inspirada, a Argentina se redescobriu como equipe nesta Copa. Se, até o momento, a sensação era que Messi carregava o time nas costas, no Mané Garrincha outros personagens estufaram o peito para garantir o fim do insuportável tabu. A começar, claro, por Gonzalo Higuaín. Tão criticado quanto o brasileiro Fred nas primeiras partidas, o centroavante desencantou ao acertar belo chute de primeira, após receber passe de Di María, no canto direito do goleiro Courtois.
A vantagem obtida aos oito minutos do primeiro tempo pôs à prova a defesa albiceleste, também vítima de sérias desconfianças ao longo da campanha. A linha formada por Zabaleta, Demichelis, Garay e Basanta, reforçada pela cobertura de Mascherano e Biglia, anulou com autoridade o promissor ataque belga. Os sul-americanos conseguiram 27 desarmes — nos outros quatro jogos juntos, tinham feito 38 — e Romero praticamente não passou sustos.
O jogo feio e de poucas chances para os dois lados não incomodou argentinos dentro e fora de campo. Era preciso acabar com a sina dos “cinco jogos”, como comentaram jogadores e jornalistas. Após o apito final, vários atletas se jogaram ao chão de alegria. As arquibancadas, dominadas pelos hermanos em todos os aspectos, explodiram em êxtase. Depois, a festa foi generalizada, com até o contido Lionel Messi se soltando e orquestrando os cânticos da galera no Mané Garrincha.
O camisa 10 pouco apareceu, apesar de alguns lampejos de genialidade (leia matéria na página 10), mas segue em busca do título que o colocaria definitivamente entre os maiores da história. Teve a chance de sair novamente como herói, ao ficar cara a cara com Courtois já nos acréscimos, mas falhou diante do goleiro belga. Não fez falta. Era a tarde do jogo coletivo branco e celeste.
Mas a Argentina também teve uma dolorosa baixa na tarde de ontem. Em lance isolado, após tentar um chute, Angel Di María, o segundo melhor jogador da seleção, caiu de mal jeito com dores na coxa direita e teve que ser substituído. Horas depois, foi confirmado que ele não terá condições de jogar as duas partidas restantes na Copa (leia abaixo). Se perdeu uma de suas peças mais importantes, a Argentina ganhou em conjunto e confiança. É ainda mais candidata ao tricampeonato mundial.
Trocas ideais
O mérito pela boa atuação da defesa Argentina deve-se às escolhas do treinador Alejandro Sabella. Criticados nas outras partidas, o volante Fernando Gago e o zagueiro Federico Fernández deram lugar, respectivamente, a Biglia e Demichelis, ambos com excelente atuação. A outra alteração foi o lateral Basanta no lugar de Rojo, suspenso.
Barra-brava
é preso
O argentino Pablo Álvarez foi detido, ontem, no Estádio Mané Garrincha, durante o jogo entre Argentina e Bélgica. Alvarez, que é conhecido por ser um líder dos “barra-brava”, prestou depoimento para as polícias Federal do Brasil e da Argentina ainda dentro do estádio. O torcedor já havia estampado os jornais na última semana ao aparecer fantasiado de suíço e publicar a imagem nas redes sociais em tom de provocação à PF. Dessa vez, ele apareceu vestido com uma camisa do Flamengo. A prisão ocorreu após uma operação conjunta entre as polícias dos dois países. Álvarez será deportado.
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