sábado, 5 de julho de 2014

Confronto final deste sábado definiu clássicos eletrizantes para as semifinais
 Cássio Santestevan
 Repórter

 Goal Brasil
   
 Tiago Domingos
 Repórter

 Goal Brasil
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Minutos antes do final da prorrogação entre Holanda e Costa Rica, em que as duas seleções seguiam empatando em 0 a 0, o técnico da Laranja Mecânica surpreendeu. Louis Van Gaal tirou o goleiro Jasper Cillessen e colocou Tim Krul, claramente pensando na decisão por pênaltis. 
Dificilmente um treinador faria isso. Na Seleção Brasileira, durante as penalidades contra o Chile, embora Victor seja conhecido como um exímio pegador de pênaltis, Felipão nunca o colocaria no lugar de Júlio César. E se o fizesse, a torcida e os críticos iriam a querer sua cabeça.
Para Van Gaal, improvisar, testar esquemas novos, trocar o goleiro somente para os pênaltis, tudo é permitido, e funciona. O goleiro, de 26 anos, do Newcaslte, da Inglaterra, entrou, pegou duas cobranças, levando os holandeses à semifinal da Copa do Mundo, para enfrentar a Argentina, na próxima quarta-feira, às 17h, na Arena Corinthians, em São Paulo.
Mas o predestinado Van Gaal tem isso como marca no seu trabalho à frente da Holanda. Vice-campeã do Mundial de 2010, na África do Sul, a Laranja venceu a Espanha na estreia do torneio, por incríveis 5 a 1, vingando a derrota de quatro anos antes. O principal responsável por isso é o futuro treinador do Manchester United.
Louis Van Gaal, 62 anos, assumiu o comando técnico da equipe em julho de 2012. Com passagens por Ajax, onde ganhou a Champions League na temporada 1994-95, Barcelona e Bayern de Munique, conquistando também títulos nacionais, o treinador não tinha a confiança dos torcedores, mas com seu conhecimento tático e a estrela (sorte, competência) que tem, segue firme, rumo ao sonhado título, que os holandeses bateram na trave três vezes (74, 78 e 2010).
Na fase de grupos, os holandeses trucidaram os espanhóis, com o esquema 3-5-2, incomum nos dias de hoje, mas projetado por Van Gaal para dar liberdade aos craques Van Persie, Sneijder e Robben. Contra a Austrália, Depay entrou no lugar do lesionado Bruno Martins Indi e marcou o gol da vitória, por 3 a 2.
Contra o Chile, na terceira e última rodada, que valia a liderança do grupo, e contra o México, nas oitavas de final, Leroy Fer e Huntelaar, também substitutos, brilharam. O primeiro marcou um gol na vitória por 2 a 0 e o centroavante converteu o pênalti da virada por 2 a 1 na fase seguinte. Contra os sul-americanos, aliás, Blind, que é lateral-esquerdo, jogou na zaga e Kuyt, atacante, de ala esquerdo, mais improvisações, ambos de atuação destacada.
Neste sábado, até as penalidades contra a Costa Rica, a Holanda pressionou, a trave e o goleiro Navas salvaram os centro-americanos da derrota. Van Gaal mudou de novo. Colocou Huntelaar e Lens em campo, mas eles não marcaram gols, nem decidiram a partida. A estrela do técnico parecia se ofuscar. Foi então que o holandês resolveu trocar os goleiros a Holanda venceu, dando mais um passo em direção ao título mundial.
Do outro lado, sobrou a tristeza pela eliminação, mas a sensação de dever cumprido. E muito bem cumprido. A Costa Rica foi motivo de chacota desde o sorteio realizado no ano passado. Caiu no Grupo da Morte com três outras campeãs mundiais, Itália, Inglaterra e Uruguai. Os classificados, diziam, ficaria com quem fizesse mais gols na equipe da América Central.
Mas os Chicos se mostraram o terror, o verdadeiro Jason nesta chave C. Bateram o Uruguai por 3 a 1, repetiram o sucesso contra a Itália (1 a 0) e empataram com os ingleses sem gols se classificando em primeiro. Nas oitavas de final, um triunfo sobre os gregos nos pênaltis.
Com a derrota nas penalidades máximas para os holandeses, o time de Jorge Luis Pinto deixa uma competição na qual fez história. Os costa-riquenhos chegaram pela primeira vez às quartas de final da Copa do Mundo. Além disso, sai de forma invicta (2V e 3E) e com a melhor defesa do torneio (apenas dois gols tomados). 
O grande destaque da equipe, sem dúvida, foi o goleiro Keylor Navas. Com grande agilidade, ele foi o grande responsável por esse desempenho defensivo e demonstrou ter nível internacional para estar em grandes equipes, vide as ofertas que o Levante já começa a receber para ceder o atleta.
Difícil encontrar outros jogadores que podem seguir o mesmo caminho, mas Bryan Ruiz, Christian Bolaños e Joe Campbell também se sobressaíram em uma equipe que demonstrou um enorme valor coletivo e uma vocação para jogar bem e não apenas se defender, como muitos previam. 
Além de orgulhar muito seu povo, a Costa Rica foi uma grata surpresa deste Mundial e marcou positiva a edição realizada no Brasil. Só nos resta agradecer a Pura Vida pela sua presença na Copa e aguardar os espetaculares clássicos que nos esperam nas semifinais.

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