Sem "show nem algazarra", Dunga se aproxima de números de Scolari
Carlos Padeiro
No Recife (PE)
Dunga iniciou sua carreira de treinador em 2006 e adotou um estilo mais silencioso, sem muitos gestos ou gritos com os jogadores. Diferente, por exemplo, de Luiz Felipe Scolari, que é espalhafatoso para se comunicar com os atletas em campo e, por mais de uma vez na carreira, chegou a se desentender com adversários.
25 Vitórias 19
10 Empates 1
4 Derrotas 6
72,7% Aproveitamento 74,4%
DUNGA X SCOLARI
MISTÉRIO ENTRE NILMAR OU PATO
PREPARADOR LIBERA LATERAL MAICON
PARAGUAI PEDE JOGO SEM ERROS
Os números à frente da seleção brasileira mostram desempenhos parecidos de ambos, segundo o Datafolha. Com a goleada sobre o Uruguai por 4 a 0, no último sábado, Dunga atingiu um aproveitamento de 72,7%, contra 74,4% de Scolari, último técnico a levar o Brasil a uma conquista de Copa do Mundo.
"Não sou um cara de ficar gritando muito, isso não adianta. Chego perto dos jogadores e falo, sem fazer show, nem algazarra", revelou o capitão do tetracampeonato. "O mundo mudou, e você não pode expor esses jogadores à mídia. Eles são vencedores e captam rapidamente o que você quer na base da conversa."
Dunga começou a amenizar as críticas ao seu trabalho a partir da goleada sobre Portugal por 6 a 2, no amistoso disputado em novembro de 2008. Depois, a vitória sobre a Itália por 2 a 0. Pelas eliminatórias sul-americanas, dois triunfos - sobre Peru e Uruguai - e um empate diante do Equador levaram a seleção à liderança.
"O treinador da seleção sempre lida com a desconfiança, a história mostra isso. Cada região do país tem um time. Se o treinador escolhe B, 50% quer A. Se o treinador vai para A, todos querem B. É preciso ter convicção no trabalho", destacou, em entrevista coletiva concedida no domingo.
As convocações indicam que muitos jogadores já têm passaporte carimbado para o Mundial da África do Sul. Algumas vagas, entretanto, ainda estão abertas. Prova disso é que o goleiro Victor, o lateral-esquerdo André Santos e os meio-campistas Ramires e Kléberson foram convocados pela primeira vez agora.
"O passado nos ensinou que o mais correto não é definir o grupo antes. Se a gente tem até o último dia, por que vai definir antes?", argumentou.
Quarta-feira, às 21h50, o Brasil encara o Paraguai no estádio do Arruda, pelas eliminatórias. Com um triunfo, fica muito perto da Copa. "Quanto mais rápido atingir a classificação, melhor. Essa é a meta", finalizou o chefe da comissão técnica.
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